quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Impassível diante do dragão




Quanto tempo nos conhecemos?
Sei lá!...
Eu vinha , você ia... foi um encontro comum, casual,
Milhares já se encontraram assim .
Depois eu comecei a sentir algo,
Talvez uma saudade sem razão...
Sei lá!...
Não era tristeza, não era alegria,
Era uma indecisão de amar você.
E eu passava momentos, olhando prar frente.
Desligada sem ver nada.
Gozado! Olhava e não via,
Estava absorta, parada, consumida por mim:
Uma verdadeira estátua em introspecção!
Estava "encucada",
"Encucada" com ausência que era presença.
De repente, a interrogação indecisa foi evaporada.
E eu vi dentro de mim que era amor.
Você estava enquedrado no que eu queria:
Desde o sorriso até ás lágrimas.
Você era o "SIM" diante do altar,
Você era a mão certa na escalada incerta,
Você era o horizonte nítido...o agasalho...
Mas eu cometi um erro:
Não perguntei se eu também era
Tudo isso para você.
E a verdade é que não era.
Eu não estava enquadrada no que você queria,
Eu era o "NÃO",
Não era sorriso, não era agasalho, não era nada...
Era um ser andante maravilhosamente invisível para você.
De repente, a exclamação veio em "CLOSED"
E eu fiquei afirmando seus defeitos
Fiquei procurando tudo que você fazia de errado,
E vocÊ não fazia...
Fiquei torcendo para você me decepcionar.
Afundei me como arquéologo nas ruínas da sua imagem adorada.
E você permaneceu intacta.
Eu quis desmanchar a ilusão,
Quis vomitar um amor que me assentava bem,
E toci para você me decepcionar.
Eu queria tanto sentir raiva de você, Ódio!
No entanto você se manteve o mesmo,
Impassível diante do dragão, no qual me tranformei.
Então, me decepcionei comigo,
Porque não compensei o que queria como que sentia.
E numa noite, não muito longe,
Resolvi selar a carta da despedida:
Fechei os olhos,
AS lágrimas pingaram uma a uma.
E eu adormeci, sonhando com o sonho da ACEITAÇÃO!

by
Olga Maria de Souza (minha mãe!)

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